Friday, February 24, 2006

MUITO mau


Gentes que ledes estas linhas mal arrumadas,

Já haveis lido esta obra?
Isto é MUITO MAU!
Não sei como, os álbuns conseguem ser sempre piores (desde os excepcionais registos da longa época de ouro até à profunda decadência dos mais recentes) e ninguém grita à metade da dupla que sobrou "PÁRA! PRESERVA UM MÍNIMO DO QUE AJUDASTE A CONSTRUIR!".
Os Astérix de hoje são causa de choro e riso. Lastima-se o fosso brutal e instransponível entre ilustrações e sobretudo, argumento e textos deste "Le ciel lui tombe sur la tête" e a inegável excelência de tantos dos seus antecessores (não se deveria aqui citar nenhum, porque gostos não se discutem, mas... o "Astérix legionário" é mesmo o melhor e "Asterix e Cleópatra" uma autêntica "grande produção"!;)). Rimo-nos da frouxidão daquelas piadas lassas, e dessa gente que por aí anda, a pensar que é sempre tão politicamente correcto incensar os ídolos cadentes.

O caso "Astérix" é um triste exemplo do que pode acontecer quando nos apercebemos que também os grandes criadores de BD vão envelhecendo (quem não se recorda do caso, bastante parecido, de J. Martin de do seu "Alix", cada vez mais esquecido?).

Queira Deus que nem o autor restante, nem ninguém do seu solícito staff se lembrem, agora, de fazer Asterix e Obelix (ainda) virem à Lusitânia, como já andaram, há uns anos, a sugerir. Tal seria, sem dúvida, um forte ataque ao, já suficientemente fragilizado, amor-próprio nacional!

Mais um para a colecção



Se ainda os não têm a todos, aproveitem agora! Andam a vendê-los a preços tentadores, entre 4,5 (se estiverem em mau estado) e 7 euros. É fácil localizá-los a 5, e em muito boas condições - vejam , por exemplo, na feira do livro usado de Sábados, à sombra dos Mártires (e aproveitem para entrar, e constatar o que é um bom trabalho de restauro!).

hipóteses alternativas


Está FRIO QUE SE FARTA, ameaça chover.... os projectos para a noite não são muito tentadores, e as horas de sono da noite passada foram escassas...
O melhor é mesmo pegar nos BLUEBERRY - porque os clássicos não saem de moda!! - e lê-los lentamente. Mike, Jimmy e Red encarregar-se-ão por nós de atravessar os desertos sobreaquecidos do sul dos USA, fazendo batota em todas as vilórias por onde passarem, perseguidos por caçadores de prémios e por índios traidores (porque, não esqueçam: os índios que são boas pessoas são todos grandes amigos de Blueberry), no encalço de um qualquer lunático - tudo isto em prol do engrandecimento dos States!;)

Thursday, February 23, 2006

AMUPE

Caríssimos,

Não se deixem iludir pela minha modéstia: basta procurarem no site da AMUPE (ie, ASSOCIAÇÃO MUNICIPALIZADA DE PERNAMBUCO) e verem o quão importante sou no "País Irmão"!;)

Tal dignidade dever-se-à, sem dúvida, a umas certas raízes naquele espaço... não foram, afinal, os CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE (descendentes do capitão donatário do sítio, e mandões-mores no mesmo) que patrocinaram a INCONFIDÊNCIA, nos alvores de oitocentos? ;)

Ps: ah! E claro que o "Cabo de Sto Agostinho" é o nome de um dos engenhos familiares, que - já sem escravos nem açúcar - sobrou!


"A Diretoria da AMUPE é composta pelos Prefeitos dos Municípios associados, eleitos por voto.A diretoria eleita em 19 de abril de 2005, para um mandato de dois anos, tem a seguinte composição:

Diretoria ExecutivaPresidente: Josuel Vicente Lins - Pombos
Vice-Presidente: Luis Cabral de Oliveira - Cabo de Santo Agostinho
1º Secretário: Nomeriano Ferreira Martins - Águas Belas
2º Secretário: Domingos Sávio Torres - Tuparetama
1º Tesoureiro: Diogo Alexandre Gomes Neto - Chã Grande
2º Tesoureiro: Antonio Marcos de Souza - Petrolândia"

Quaios a 360


Já viram esta foto de Quiaios?

Aqui é que se compreende bem como os passadiços (legado de Mr. Santana - o único...) conseguiram mudar a paisagem local!

CBR


Há muitas cidades (muito) bonitas por esse mundo fora...
Mas esta, ah!, mas esta!...


E já viram como valeu a pena - até mesmo para as fotografias - limparem a pedra das Sés, Nova e Velha!?! Que diferença! Até o recém-restaurado ex-colégio Portugal ajuda!

EM BREVE!!:)


Espera-se que, em breve, esteja - por fim - pronto o estudo histórico-genealógico-sociológico "FAMÍLIAS DE SEIA" (com um piscar de olhos às Beiras, de Poiares e Celorico)! Os interessados que estejam despertos!;)

juridicismos lusófonos


Não há melhor forma de compreender o legado jurídico luso - depurando-o das cegas imitações dos seus congéneres germânico e italiano (para fazer valer a máxima de que o nosso sistema "herda o rigor germânico e o articula com a fantasia latina") - do que analisando o rasto que, ao longo dos séculos, foi deixando nos diferentes pontos onde foi (melhor ou pior, mais ou menos convicentemente, com maior ou menor fidelidade) aplicado. Definitivamente afastadas as teses colonialistas, e à beira de se começarem a ignorar os complexos pós-coloniais, a matéria está aí: fascinante, rica, densa, pronta a ser estudada! Do cotejo - histórico e actual - dos diferentes direitos que surgiram e coexistiram (e coexistem) nessa amálgama comum se pode extrair a originalidade não só do direito português, como de todos aqueles que com ele partilham parte muito considerável (e determinante) da sua essência. Da comparação de sistemas jurídicos, de ordenamentos distintos mas semelhantes, da tentativa de encaixe de institutos em horizontes remotos - e das suas consequências, por vezes desastrosas, outras ridículas, outras, ainda, surpreendentemente eficazes - se pode fazer uma exegese sempre difícil, mas altamente gratificante.
No entanto, não basta, para tal, a fria inspecção de decretos, códigos e leis do passado e presente. O Direito é uma realidade vida, que só se compreende (e interessa, pelo menos ao investigador) se referenciado em função de determinada comunidade, localizada num momento espacial e temporal concretos.
Também é, naturalmente, assim nos domínios daquilo a que se pode chamar - à falta de melhor designação - "Direito lusófono".
Numa simples saída com colegas juristas de vários pontos do Mundo onde o português é língua vigente e o nosso sistema jurídico comum lastro estruturante, ao som de cantares do outro lado do oceano (de onde provêm as modinhas que, há séculos, encantam Lisboa), uma conversa animada pode dar uma ideia da lusofonia jurídica. Sem complexos de identidade nem rigores excessivos (que o local e a altura, se bem que evocativos da académica Coimbra, não eram, de forma alguma, adequados para isso) se vão descobrindo parecenças e dissemelhanças que surpreendem e animam a curiosidade: por exemplo, sabiam que, no Brasil, o dano da propriedade é, por vezes, mais severamente tutelado pelo legislador penal do que o dano pessoal (quando ambos concorrem na mesma situação)?

Tuesday, February 21, 2006

eis as capas dos albuns


Floc'h


Naturalmente, os PRAZOS DO SERRAZIM constituem um aprazível espaço para a leitura de BD. Por isso, não deixem - e rapidamente! - de ler os excelentes dois volumes do BLITZ, dessa fabulosa dupla continuadora da linha clara que são Floc'h e Riviére. Floc'h, uma vez mais, corporiza magistralmente a, sempre tão "british", narrativa do seu colega de empreendimento. Ambas as obras são aconselháveis, desde logo pela lógica da sua apresentação (que os autores procuram que seja sempre diferente, e inesperada). Este último efeito, contudo, pode ser menos conseguido do que em trabalhos anteriores da dupla - sobretudo se já se tiver lido o Olivia Sturgess. No tocante ao desenho, cremos que Floc'h se terá esforçado mais no 1º, onde superou com mestria o seu grande "handicap" artístico: ie, o desenho das mãos.

São raríssimos os livros de BD nos quais um ambiente de requinte - e de requinte até quase à exaustão- tenha sido tão bem (re)criado. Para erguer os fabulosos cenários em que se movem as personagens, percebe-se (desde, aliás, os primeiros albuns) o sistematizado trabalho de pesquisa subjacente. E isso é, quantas vezes, o que falta em tantas frouxas tentativas de "reconstituição histórica" (com todo o arrepio que tal expressão produz!), nas quais se julga que um par de sofás, um canapé de fancaria e um bufete lascado são o necessário para nos transportarem a outras realidades!

Velhos amigos


É extraordinário falarmos com velhos amigos (mesmo quando nós próprios não somos ainda assim tão velhos quanto isso!)! Sobretudo, se não sabemos deles há já uns meses largos.
Por velhos amigos devemos entender os que já conhecemos há tanto tempo que...nem nos lembramos bem desde quando. Um velho amigo é assim: existe desde sempre, está lá, imutável, desde as profundezas das nossas memórias. Por isso - e obviamente - costumam ser em quantidades reduzidas.

Quando nos referimos a velhos amigos, não se trata necessariamente de melhores amigos. Podem, até, nem ser (já) grandes amigos - daqueles cujas vidas vamos acompanhando com maior ou menor cuidado. No entanto, quando, por um qualquer motivo (e às vezes sem justificação alguma, dando azo, segundo uma expressão que se celebrizou num pequeno meio, a conversas sem rumo), se (r)estabelecesse a comunicação entre dois seres deste tipo, algo de extraordinário acontece: uma catadupa de recordações - designadamente daquelas que, de tão arcaicas serem, já nem sequer nos acorrem usualmente à memória - inunda a conversação. Por vezes, nem é preciso rememorar verbalmente episódios, caras, vergonhas... eles (e elas) lá estão, perfilados em torno dos subentendidos e dos próprios pilares em torno dos quais se desenrola a charla. Assim se mantém, também, a memória justificativa de tantas estruturantes especificidades que explicam a nossa essência a nós mesmos.

Sunday, February 19, 2006

Eis os prazos... num sentido material dos ditos


Eis - depois de algumas semanas de hesitações (uma vez que LCO ainda está longe de atingir o almejado estatuto de tarimbado informático, pelo que, não raro, azucrina fraternalmente gentes mais dotadas para tais domínios) - franqueados ao público os "Prazos do Serrazim".
Prazos? Serrazim? Porquê?
Quanto à explicação do primeiro termo, remetemo-nos a um profundo silêncio. LCO navega por águas de velha juridicidade (sulcadas também pelo punhado de jus-historiadores que quer, menos, a nossa "alma mater conimbrigensis", quer, mais, as suas jovens congéneres lisboetas vão produzindo). Por isso, se não sabem concretamente o que é um prazo - não, neste caso não é uma data limite para a entrega de qualquer coisa, desde processo a maquete - consultem um qualquer venerando cartapácio jurídico (talvez um dos clássicos do nosso queixoso Lobão). Lá encontrarão uma definição adequada.
Quanto ao Serrazim, existem doravante, dois (sim, que isso do Sezim minhoto é já um deplorável abastardamento). Um, terra de marmeleiros parcialmente carbonizados, que anda pelas mãos dos PL há umas boas centúrias. Em anos bons - isto é, em anos em que não lavram incêndios pelas imediações de Coimbra (as coisas boas são sempre escassas, não são??) - encontram-se por lá, a par dos marmeleiros e demais companheiros arbóreos (inclusive uns fetos que certa bióloga alerta no respeitante às suas propriedades cancerígenas) coelhos e "encantadoras" famílias de javalis. Interessantes para se ver ao longe, quando por lá passam, nas suas costumeiras migrações...
O outro "Serrazim" - em parte extensão virtual do anterior - é o presente. Não se trata de um pedaço de solo, mas de um pedaço de "espaço web" (poder-se-á dizer assim???). Do qual se abrem agora os portões, com uma citação deveras apreciada - citação que parece digna de conclusão, mas que, afinal, é, sempre, um bom princípio:

"Adeus, leitor amigo; tenta não gastares a tua vida a odiar e a ter medo."
(Sthendal, Lucien Leuwen)