Saturday, September 19, 2009

Uffffffffffffffffffffffffff ! ;)


Um enorme alívio, uma imensa satisfação... e uma sensação de vitória tão dourada como o Bom Jesus! ;)


Wednesday, September 09, 2009


Tuesday, September 08, 2009

Onde está o meu sapato?!?

ou

ZMN pré-matrimonial

I PARTE – A TARDE

É verdade, ZMN vai casar – um casamento formalérrimo com direito a fraque e tudo! Os convites, em forma de vinil (portanto, altamente personalizados!) já estão distribuídos pelos centenares deles e delas que acorrerão à boda. E são uma verdadeira obra de arte conjunta, estes convites! Grafismo e concepção de Pedro S., com valiosa colaboração gráfica da pequena Maria – a qual retratou, num estilo muito pessoal, os nubentes. A materialização do projecto (cortar, cortar, cortar, cortar!...) contou com a (preciosa e fundamental, naturalmente!) ajuda de um grupo dedicado e armado de tesouras poderosas: Andrea T., Rui L., Xico N., Luisinha N. e Luís C.O. foram alguns dos que passaram pelo Zen e se submeteram (sem grande animosidade nem reacções sindicalizadas, em atenção ao facto de se tratar de uma ocasião especial) à tirânica vistoria final de ZMN, que almejava rodelas negras de um impossível apuro, sem arestas, de uma perfeição difícil de alcançar – sobretudo tendo em conta a falta de prática do operariado. Aliás, os pobres artesãos nem tiveram direito a um mínimo de formação (o que é claramente contrário ao que apregoa o Governo) nem dispuseram de material de qualidade para levar a sua dura tarefa avante.

Pois bem, despachados os convites, provado o fraque (que parece vir de Pé de Cão...), escolhida a quinta, seleccionados os DJs, etc, etc (todos os milhares de pequenos e grandes etcs que são indissociáveis da organização de uma boda nos tempos que correm), ZMN sonhou com uma despedida de solteiro. Sem despedida de solteiro – argumentava – faltava como que um pontapé de partida nas comemorações, ficando, assim, o programa do enlace como que manco. E como nestas alturas é usual fazerem-se (algumas, sem exageros!) vontades ao noivo, lá se prontificaram uns tantos para pensar em colocar em prática a dita despedida.

O debuxo base do fim de semana (desde cedo se acordou que era a melhor escolha) em Setembro (ninguém iria estar disponível em Agosto, pois não?!?) ficou a cargo de Miguel N.. Tudo apontava para isso: quer por razões de parentesco, quer atendendo à sua prática profissional (era, indubitavelmente, dos presentes, um dos mais habilitados na complexa arte de bem negociar), Miguel N. revelava-se a escolha (se podemos assim dizer) natural. E o rapaz pôs mãos à obra: enviou disciplinadamente, a uma lista de amigos, fornecida por ZMN, um mail onde detalhadamente expunha as suas ideias para a ocasião, acompanhando-as de listagens de preços de quartos e menus de restaurante.
Mas... era Agosto! E (quase) ninguém, naturalmente, lhe respondeu!
Desta forma, em inícios de Setembro, quando já cheirava a rentrée, voltou à carga. Aparentemente, o mail foi, então, (re)lido com outro cuidado pela maioria dos desafiados, e começaram a chegar confirmações.

O local escolhido foi a Praia de Porto Novo, perto do Vimeiro e a dois passos (suave eufemismo para 8 km de costa!) de Santa Cruz. O hotel era uma velha relíquia do Estado Novo (ter-se-ão tido em conta as tendências políticas do nubente?!?) entretanto recuperada. As expectativas eram, no mínimo, contraditórias: por um lado, um hotel à beira-mar (e com a extraordinária localização da unidade escolhida por Miguel N.), com piscinas e praia parecia deveras prometedor. Por outro, porém, a proximidade das termas e o receio de uma frequência muita aferrada, há décadas, ao sítio poderia ser indício (forte e assustador...) de o mesmo não passar de uma estância de veraneio de senhoras octogenárias e respectivos caniches!

No entanto, e apesar de tudo, um doce sentimento de alívio era, à partida, partilhado: como ZMN optara pelo fim de semana de 5 e 6 de Setembro, chegou-se a temer que nos levassem para a Atalaia para, ao som das profundas palavras de Jerónimo, na categoria de diligentes camaradas, montarmos a barraquinha de Coimbra! Aí teríamos de vender especialidades da terra (sandes de leitão e arroz de lampreia, apesar de não ser época dela, bem como umas doses de chanfana servidas em barro preto de Poiares – sim, isto foi uma DIRECTA para todos aqueles que duvidam que a capital interplanetária da chanfana é VNP!) e, nos tempos livres, em vez de dar um mergulho ou percorrer os bares da região, ouvir discursos instrutivos e esclarecedores sobre os terríveis malefícios do moribundo sistema capitalista.

O dia aprazado chegou e, de vários pontos do país, vários forma os que apontaram para a pacata Porto Novo. A “comissão de festas” assegurava que um dos mais ponderosos motivos que pesara na selecção daquelas paragens fora a centralidade do lugar (!), igualmente próxima para os que viessem de Lisboa (até aqui, ok). Coimbra (vá lá....), Porto (!!) e Guimarães (!!!!) – mas a verdade é que ninguém primou pela pontualidade.

O nubente celebrado foi um dos primeiros a estacionar frente ao hotel, claro está – e se chegou com uma magra hora de atraso, tal ter-se-á (consta...) devido ao facto de se ter recusado abandonar o domicílio antes de ver o último dos episódios da sua idolatrada “VF” previamente gravados... um luxo muito próprio que recusa abandonar!

Não fomos muitos os que marcámos presença – mas éramos (descarada e desassombradamente) um grupo seleccionado! O máximo número que reunimos quer nas falésias de Porto Novo, quer nas artérias de Santa Cruz não ultrapassou a quinzena: 13 “juniores” (pois, rapazes, estou a ser bastante complacente com a nossa idade!), 1 “infantil” (sem ofensa, Miguel N.N., mas ainda estás abaixo dos 18, por pouco que falte!) e 1 “sénior” em part-time (o “Tio” F., vindo directamente da Austrália, não quis deixar de marcar presença). Eis os nomes, para além de, naturalmente, ZMN:

Parentela: Xico N., Miguel N., Pedro N., Cocas N., Miguel N.N. (não, não é gralha), Rodrigo L. e “Tio” F.;

Amigos: Rui L., Miguel G., Pedro S., Miguel B., os manos Manel e Zé L.C. e Luís C.O.

Como podem constatar, praticamente metade do grupo se chamava Miguel!

Durante a tarde, pouco se fez: as horas gastaram-se nas piscinas (primeiro, a exterior; mais tarde, a interior) do hotel. Apenas o noivo estava relutante em dar uns mergulhos – alegadamente temia uma constipação que lhe atrapalhasse o enlace. Mas uma notável, imprevista e rapidíssima (quase nem se percebeu quem ou o quê arrastava ZMN) placagem de Miguel N.N. resolveu pronta e eficazmente a questão!

Mais para o fim da tarde – e este é um elemento importante para se perceber o que adiante se contará – um grupo de gente despachada que não estava disposta a abdicar de um mergulho “a sério” (ie, no mar) desceu até à praia pelas escadas particulares do hotel. Miguel N., os manos L.C e Luís C.O. podem testemunhar a excelência da praia!

Durante boa parte deste período, entre mergulhos, Miguel N. não esqueceu as suas atribuições de “mestre de cerimónias”. Homem acostumado ao trato comercial, queria acautelar o serviço de jantar colectivo no restaurante do hotel, e queria-o com atenções (suave palavra para desconto). A situação, desde o início, era turva. Não foi, decerto, inocentemente que Miguel N. também sondou os (bastante maus) restaurantes da localidade: nas palavras do funcionário de um deles, tudo o que Porto Novo oferecia em termos de restauração eram “duas casas cada uma com duas casas” (assim à primeira vista parece concani, não é? – ah!, e é claro que tinha de aparecer uma referência goesa!). Esta multiplicidade de “casas”, que, afinal, se resumia a uma bem pobre escolha teve, pelo menos, uma virtude: a jantarmos em Porto Novo city, TINHA de ser no hotel.

Depois do jogo (não houve nenhuma partida no areal, porque o comité encarregado de parar numa bomba e encher a bola não o conseguiu fazer), o grupo dirigiu-se à sala de jantar. E aí foi – e foi mesmo, senhores! – indecentemente barrado! O chefe de sala recusava-se a abrir alas a ZMN e comitiva. Como é assim que funciona o sistema de delegação de poderes, a responsabilidade pelo vexame (e o risco de ficarmos sem jantar!) recaiu sobre Miguel N., o qual prontamente tomou a canga aos ombros e pediu explicações. Cedo (bom... não antes de o chefe de sala praticamente impedir o nosso parlamentar de se fazer ouvir, cortando abruptamente todas as suas tentativas de diálogo) se descobriu a origem do problema: as “quintinhas”, sempre as “quintinhas”! Miguel N. tinha combinado tudo com a senhora da recepção, o que (esgrimia o chefe de sala) constituía uma inadmissível violação de poderes! Onde é que já se vira a encarregada da recepção de um hotel aceitar marcações para jantar nesse mesmo hotel!?! Impensável! Intolerável! Teria de ser ELE, chefe de sala, o único a ser consultado sobre tão melindrosos assuntos. O grupo, inadvertidamente, cometera uma falha gravíssima: ofendera de morte o indivíduo que lhes poderia dar de jantar. E agora?


II PARTE – A NOITE


Fruto certamente de experiências anteriores, o membro do grupo em que fora delegada a responsabilidade de nos conseguir um jantar terá puxado de alguns galões – não sei se muito brilhantes, mas seguramente convincentes. Assim, depois de um curto quarto de hora passado no bar, o chefe de sala – agora todo sorrisos e mesuras, perguntando quem queria bifes e quem preferia optar pelo buffet de peixe (nome pomposo e quiçá um tanto exagerado...) – convidou-nos a entrar. As ementas definiram-se. Ainda se receou um suave envenenamento com laxante ou um picante especialmente eficaz nos bifes (os avisados que optaram pelo buffet não correriam quaisquer riscos...), a título de vingança pessoal do chefe de sala, numa empreitada na qual colaboraria o empregado local, sósia bastante convincente do “Avô Cantigas” que nos dedicava (e ao resto dos que se achavam na vasta sala) uma olímpica indiferença. Mas nada se passou, e o jantar foi apreciado por todos. O noivo, até, mais tarde (e inexplicavelmente), vendo-se na contingência de ter de elogiar algo, entoou louvores a um arroz branco de que ninguém conservara especiais recordações! Mas gostos não se discutem, já se sabe...
O chefe de mesa, aliás, de arqui-rival quis passar a mais um dos que, ali, festejavam as núpcias de ZMN, e dignou-se mesmo a regalar-nos com uma sequíssima graçola, que considerou ser “a piada da noite”.

Findo o jantar, havia que decidir: o que fazer? Várias foram as hipóteses apresentadas: muitos desejavam a noite de Santa Cruz, que prometia (dentro dos óbvios condicionalismos locais) ser a mais interessante das cercanias. Outros defendiam que se ficasse em Porto Novo. A verdade, quase ninguém queria conduzir e Xico N. e ZMN haviam trazido um arsenal de bebidas – as quais deveriam estar um pouco chocas, pois não havia gelo nem frigoríficos nos quartos, pelo que se tinham procurado manter frescas em água. Outros ainda, como Rodrigo L., queriam ir a uma festarola qualquer, modesto arraial numa aldeia das vizinhanças. A dada altura, ainda se lançou a sugestão – prontamente posta de parte! – de se passar pela verdadeiramente deprimente discoteca do hotel.

Vingou – não era por acaso que lá se encontravam vários juristas e economistas – uma solução de consenso: primeiro, hotel; depois, Sta Cruz.

Rumou tudo ao quarto do noivo, uns na mira de um gin (e cabe aqui uma justa reclamação: que ideia infeliz, só terem levado uma garrafa!!), outros da bomba alcóolica (e incrivelmente doce!) que Xico N. trouxera da Polónia, outros de qualquer coisa que se bebesse. Só Cocas N. ficou um pouco desapontado pela ausência de cerveja. Mas pouco tempo lá estivemos (uma hora, ou nem tanto...). Porquê? Eu explico: os quartos eram, todos eles, bastante apertados – sobretudo devido à cama suplementar que havia sido acrescentada em alguns deles. É certo que dispunham de varandas com vistas magníficas para o mar, mas não cabíamos todos lá! Por isso, a vizinhança reclamou. E, também por isso, rumámos todos (e o vodka polaco, que quase ninguém se atrevera ainda a provar, provavelmente de sobreaviso por causa das explicações de Xico N.) para o jardim.

Entretanto, era preciso chamar táxis que nos levassem a Santa Cruz. Luís C.O. e Pedro N. prontificaram-se a tratar do assunto, e consultaram a recepção, onde ficaram a saber (para grande surpresa de ambos, pois sabia-se que a terra era pacata, mas não tanto assim!) que só devia haver UM táxi disponível. Bizarro!! O homem da recepção explicou que se tratava do carro do Sr. Augusto, o qual, decerto, não se importaria nada em nos levar “às piscinas” – ou seja, às partes. Bom... parecia não haver alternativa. E chamou-se o tal Sr. Augusto. Quatro dos presentes foram escolhidos (o noivo, antes do mais, e 3 tirados quase à sorte), e embarcaram rumo à “frenética” Santa Cruz. Mas ainda sobravam muitos! Em desespero de causa, e enquanto o Sr. Augusto (que afinal não se chamava Augusto, mas Ambrósio, “como o sapo”, nas suas palavras) ia e voltava a Porto Novo, Cocas N. decidiu ir no seu próprio carro. O sacrifício de algumas bebidas, acreditava, era coisa pouca em comparação com a espera que se avizinhava. Mais uns tantos foram com ele: não todos os que queriam, pois Miguel N.N. não foi autorizado a embarcar no porta-bagagem.

Parte Cocas N., e tarda o Sr. Ambrósio. Ainda são 8 km até Santa Cruz... As sms dos que integraram a primeira leva asseguram que o taxista é risível e sofre de demência profunda, mas face à carência (os outros dois taxistas estavam já a dormir), era preciso continuar a usar o seu carro. E valeu a pena – pois o Sr. Ambrósio, com o seu incoerente papaguear tornou-se, incontestavelmente, na figura da noite!


III PARTE – A MADRUGADA


Poder-se-ia, neste passo, procurar descrever a noite de Santa Cruz – mas acredito que tal empreitada não justifique grandes esforços. Por isso, antes de mais, digamos: a noite de Santa Cruz é MÁ! Para não dizer FRANCAMENTE MÁ! Aparentemente, as gentes da terra reúnem-se nuns barzinhos junto ao mar (o “Salvatore”, como lhe chamava o inefável Ambrósio, era o mais frequentado pelos locais), e, depois, dispersam ou para a discoteca Faraó (ainda nos quiseram dar uns convites, mas o noivo, prudente e sabedor das histórias de tiroteios que são, aparentemente, o timbre do espaço optou por declinar) ou para uma “discoteca” (as aspas são, mais do que justas, indispensáveis) chamada “Living”. Nós, quais ovelhas obedientes, seguimos a multidão: primeiro o espaço à beira mar – onde o noivo, num rasgo de erudição, se sentiu à sombra de uns Uffizi de província (e onde uma noiva broeiríssima e muito pouco florentina fazia também a sua “despedida”) – depois, a “Living”. Entretanto, perdemos o Pedro S. (que, não se sabe muito bem porquê, optara por não trazer telemóvel) e Rodrigo L. e Cocas N. – os quais recolheram cedo ao hotel (talvez já sabedores da qualidade da “Living”!).

Á entrada da “Living”, estávamos certos, haveria problemas: não que fôssemos desordeiros, nem que tivéssemos mau semblante. O problema é que éramos SÓ rapazes, e mais de 10! No entanto – pasmo generalizado! – deixaram-nos passar sem problemas. O que se passaria? Cedo percebemos a razão. A “Living” lembra um pouco as velhinhas matinés da Via, onde uma mão cheia de criancinhas de 17 anos (portanto, Miguel N.N. era o único que se “encaixava” no ambiente) se divertem ao som de uns hits do momento. Ao lado, uma sala passava (alegadamente...) rock para duas parelhas. Ao fundo, comiam-se hambúrgueres e tostas mistas... Estão a imaginar, não estão?...

A verdade é que, estoicamente, ficámos um tempo pela “Living”. Até que o noivo decidiu retornar ao hotel.

Neste passo, novamente se colocou a melindrosa questão dos transportes: como fazer? O “Tio” F. encarregou-se de levar uns tantos, e os demais trataram de telefonar ao Ambrósio, que continuava a operar pela região. Este lá chegou, mas loquaz do nunca, tecendo comentários a propósito de tudo e todos, e, já familiarizado, a dar largas à sua atracção por mulheres e ovelhas (!), ensaiando extraordinárias comparações. Cedo entre o grupo que era transportado por “Tio” F. e a primeira leva do Ambrósio (o noivo ficou para o fim) se procurara acordar a realização de qualquer coisa para que o noivo não esquecesse mais esta noite – que, até então, se revelara tão pródiga em bizarrias mas tão pouco marcante para ZMN.
No hotel, um grupo mais resoluto ainda tentara esconder a roupa de ZMN, mas (as verdades são para ser ditas!) não esconderam NADA bem o saque, pelo que o alvo, irado, facilmente deu com ele. Era, pois, preciso algo mais organizado e eficaz. Houve um consenso mais ou menos generalizado em torno do seguinte plano: o Ambrósio (que depressa se prontificou a ajudar no que pudesse) deixaria o noivo na entrada principal do hotel. Dali até ao edifício principal ainda eram uns metros valentes, a subir por uma colina. Entretanto, os grupos transportados quer pelo “Tio” F. quer pelo Ambrósio (na sua primeira viagem de regresso) emboscar-se-iam atrás das palmeiras que ladeiam a via e prudentemente afastados da câmara de vigilância. O propósito era simples: PELO MENOS, tirar os sapatos ao noivo, e escondê-los. Tudo muito inofensivo, portanto. E, tendo todos bem presente a impecável manobra junto à piscina, pediu-se a Miguel N.N. que a repetisse, agora ali.

Claro está que a prática é, regra geral, mais difícil do que a teoria. E o grupo do “Tio” F. atrasou-se quase irremediavelmente por, devido a um erro do GPS, irem em busca de uma bomba de gasolina onde esta não existia. Isto motivou a uma hilariante troca de sms sobretudo entre Miguel N. e Miguel N.N....

O táxi do Ambrósio aproximava-se... todos estavam a postos. O noivo não sabia de nada, mas os que o acompanhavam estavam cientes de toda a estratégia previamente (e atabalhoadamente!) delineada. O táxi afastou-se, e tudo ficou escuro... O noivo avançou...

De repente, ZÁS!, Miguel N.N. lança o noivo por terra. Este – e todos os que o conhecemos sabemos que seria esta a sua reacção imediata! – gritava “Não me partam o telemóvel”! Pedro N. correu a ajudar o primo, mas o noivo não dava tréguas! Mais, contorcia-se violentamente e deu uma brutal (mas MESMO brutal – há fotos que o confirmam!) ao corajoso Miguel N.N., que nem assim o largava!
O noivo bufava de fúria, e, pondo-se em pé e livrando-se dos que o agarravam, partiu colina acima... mas SEM SAPATOS.

“Onde estão os meus sapatos!?”, perguntava. Mas a resposta colectiva era um mudo silêncio, enquanto, nas costas de todos, os sapatos passavam de mão em mão. Amuado, o noivo partiu ladeira acima. Mas todos o acompanharam? Não.

Lembram-se de atrás se terem referido as escadas que ligavam o hotel à praia, e que constituíam a via de acesso mais directa? Pois bem: um pequeno grupo, conservando o precioso saque dos dois sapatos (sapatilhas, e azuis, para ser mais preciso!) subiu rapidamente por aquele caminho, e chegou à recepção MUITO antes do noivo. Um dos sapatos foi logo posto em cima do carro da vítima... e quanto ao outro? Não havia maneira de decidir!

Entretanto, o noivo chegou. E nada se tinha ainda definido! Por assim ser, só lhe foi possível recuperar um sapato – o que piorou ainda mais o seu humor! O outro permanecia escondido junto dos conjurados!

Depois, tudo se passou muito depressa, e, sem se perceber muito bem como, o sapato que sobrava apareceu no quarto de Pedro N., Xico N. e Luís C.O.. Os habitantes do espaço decidiram que o mais sensato seria pô-lo à porta do quarto do noivo, tocar a respectiva campainha e fugir rapidamente antes de o mesmo abrir a porta. Mas a manobra fui frustrada porque o noivo, decerto ainda amuado, tardou em a abrir – e, entretanto, alguém de outro quarto levou novamente o sapato.

Certo é que, na manhã seguinte, quando o noivo (terá sido por vingança?) nos obrigou a acordar de véspera e a marcharmos para Coimbra sem darmos um mísero mergulho, o sapato estava no quarto do Cocas N., um dos poucos que nada tinha a ver com o assunto!