Monday, June 30, 2008

Uma imagem verdadeira

Acho que Sophia de Mello Breyner compreendeu muito bem Goa neste seu poema (justamente chamado "Goesa"):

"Tudo era atravessado por um rio de memórias
E brisas subtis e lentas se cruzavam
E enquanto lá fora baloiçavam
Os grandes leques verdes das palmeiras
Uma rapariga descalça como bailarina sagrada
Atrravessou o quarto leve e lenta
Num silêncio de guitarra dedilhada"

In O Búzio de Cós

Tuesday, June 03, 2008


GREVE!

Hoje, Pangim amanheceu da forma costumeira: lenta e rotineiramente. Os mesmos ruidos, os mesmos gestos, os mesmos percursos novamente calcorreados. A novissima rapariga - nova escrava, com a agravante da sua idade - que substituiu as duas habituais escravas que laboram incansavelmente (incansavelmente ao ritmo goes, e certo) dia e noite, comecou a limpar os quartos as 9. Eu arrumei umas coisas, planeei o que iria levar ao Luis Abreu - o empacotador oficial da terra - para remeter para Portugal, fui comer um Bajii puri a esquina e vim a FO ver os mails. Ate esse momento, tudo se passava com quotidiana normalidade.
A dado momento (preparava-me eu para ir ate ao Arquivo, a dois passos de casa e da FO), uma colega, que fora tentar a sua sorte na Central Library, informou-me que:

1) TODOS os servicos do Estado de Goa estao fechados - alguns dizem que ate dia 11, outros ate data indeterminada

2) a razao disto e ter sido convocada uma greve geral.

QUE SECAAAA! E eu que precisava de ir quer ao Arquivo, quer a Central Library. Eu posso ate reconhecer que a alegada pretensao dos trabalhadores e realmente fundamentada (alegam que querem os seus salarios equiparados aos do Governo Central) - mas podiam ter esperado mais uma semana, nao??

Ainda por cima - cinismo dos cinismos - estive a falar ao pequeno almoco com dois funcionarios do Arquivo, que se despediram de mim com um:

Entao ate ja!

Ate ja quando? Ate dia 11? Ate ao meu eventual regresso a Goa??

Sunday, June 01, 2008

Ela vem ai!

Esta a chegar!

Os indicios estao cada vez mais fortes: todas as noites, ha trovoadas secas (ou seja, sem cargas de agua nem trovoes ruidosos - apenas longos e continuados relampagos, que emprestam um colorido diferente a pasmadissima vida nocturna de Pangim); por vezes, de manha, cai uma chuvada forte mas breve. O clima e de capacete, quase se podendo tactear a humidade - e como se se estivesse nos Acores num dia especialmente acoriano

Nao se sabe bem quando, mas a Moncao vem ai!

Felizmente, LCO ja ca nao estara!;)