Saturday, April 18, 2009

vitória lusófona ;)

Parece ser, finalmente, oficial: após anos de espera e de suados esforços, a FCG chegou a acordo com as autoridades iranianas responsáveis e poderá dar início a trabalhos de restauro nas fortalezas de Ormuz e Qeshm. Não se louva tal iniciativa pelos cabelos brancos que a tomada destes pontos estratégicos e a manutenção das ditas fortalezas terão, concerteza, feito aparecer nas (célebres e vetustas) barbas de Albuquerque - embora até ficasse bem ter, assim, uma palavrinha simpática para com a memória de um parente longínquo...- nem pelos feitos militares que elas representam.

Relembra-se, sim, o gigantesco cordão - mais marítimo que terrestre, como é bem sabido - de que as mesmas faziam parte (e do qual eram importantes componentes), que permitiu, durante décadas, a ligação das nossas praias ocidentais sombreadas de pinhais com os areais goeses semeados de palmares. Mais do que uma história de conquista, achamos que Ormuz e Qeshm devem ser lembradas (sem, contudo, e naturalmente, perder de vista os muitos abusos que sob a as suas muralhas se permitiram) como uma passada determinante na compreensão de um encontro. Encontro que esteve longe de ser inofensivo, que esteve longe de ser consensual, que esteve longe de ser idílico - mas que mudou a nossa maneira de ver o mundo e de nos vermos a nós mesmos.

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