A polémica das bolas
Quanta tinta - e, sobretudo, quanto palavreado - não tem corrido em torno das (já famosas) bolas que, no, cada vez mais popular, site GENEA, se vão apondo a seguir aos nomes que os pressurosos portugueses lá vão introduzindo! A ideia é simples (talvez seja por isso mesmo que o GENEA conheça um êxito inimaginável aquando dos seus tímidos primeiros passos, tendo-se tornado num negócio agradavelmente compensador): todos e cada um dos portugueses pode fazer a sua própria árvore genealogica, acrescentando os nomes dos seus avoengos e demais parentela na super-estrutura que o site fornece. Os serviços do GENEA asseguram uma dupla contrapartida:
1) por um lado, encarregam-se de fazer as conexões (claras e óbvias, pois, num site como este e num país vaidoso como o nosso, as intrujices e as "interpretações parciais e paralelas" sucedem-se em verdadeira catadupa) entre estirpes distintas - e "montadas" por pessoas distintas - que tenham um antepassado comum;
2) por outro - e, helas!, esse é o problema - decidem sobre a aposição das já citadas bolas. E bolas há de duas cores. Uma azul, mais comum, destinada aos descendentes de D. Afonso Henriques. Esta seria, na verdade, desnecessária, pois está suficientemente demonstrado e provado que todos nós, portugueses e não só, descendemos do dito personagem. A outra, mais rara, é (apropriadamente) dourada, e reservada para aqueles que demonstrem ter algum vínculo com a casa de Bragança.
Ora, esta medida "bolística", aparentemente inofensiva e de pouco interesse (eu acreditava piamente, a princípio, que ninguém iria prestar especial atenção a tais apêndices onomásticos) tem gerado paixões e fervores!!
Por um lado, há gente que faz quase tudo para alcançar uma bola - nem que seja uma das azuis, mais fracota. Aldraba ascendentes, troca avós, inventa bisavós, tudo... Prefere perder alguma dignidade no que a pesquisas deste género toca para ver o seu nome seguido de um mísero ponto azul. Se houvesse um negócio de "venda" de bolas, decerto se descobriria, aí, uma simpática fonte de rendimento paralelo.
Por outro, existem os que declararam "Guerra às Bolas". Achando-as pacóvias, vulgares (e vulgarizadas), ridículas e pretensiosas (e outras coisas mais, que não adianta aqui elencar), exigem o contrário: "Eu tenho bola, e não quero. Fora com a minha bola!".
Os corpos de gestão do site encontram-se entre estas duas paliçadas, sofrendo o constante bombardeamento de ambas. Uns querem o que não provam ter (apesar de, cientificamente, decerto o terem); outros não querem o que têm, e têm raiva a tal possessão.
Não será mais fácil terminar de vez com a política das bolas?;)
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