Friday, March 28, 2008

A Natividade... e eu!

Bom, o que quererei eu dizer com o titulo deste post - credito e influencia, ja se sabe, da obra premiada de uma celebre escritora portuguesa (se querem saber mais nao deixem de ler a proxima Raizes e Memorias!)?

Recentemente - e como os meus dominios em Betim City (campo e campo, e tem toda aquela secante bicharada incluida, que nao sabe distinguir quando acaba a sua casa, e comeca a dos humanos) clamavam por uma urgente e feroz limpeza a fundo - confrontei (a conselho de uma sabia conselheira conimbricense) os meus senhorios (que alegavam que a sua propria empregada costumava ir aos meus aposentos, coisa que, admito, nao se notava) com uma exigencia/necessidade inultrapassavel: queria uma empregada propria, que limpasse a fundo, metodica, eficaz e muito regularmente as tres divisoes que me acolhem nestas paragens indianas. O meu pedido (ou sera melhor chamar-lhe exigencia?) foi prontamente atendido, e, uma escassa meia hora passada, ja me apresentavam uma potencial candidata.

Nao a precisaram de ir buscar muito longe: e uma das senhoras que, conjuntamente com as suas familias (ainda nao consegui perceber quem e que pertence a qual familia) mora numas miseraveis casinhas no fundo do quintal da casa onde vivo. Sao, creio, pessoas que migraram do vizinho Estado de karnataka (em portugues Canara, de onde vinham os ditos canarins), e que se fixaram em Goa (onde mais se nao em Betim city!?) com o fito de alcancar uma vida melhor. Nao me parece nada que o tenham conseguido, o que se devera, por um lado, a natural (e absolutamente inegavel) indolencia desta gente - que pode passar o dia sem fazer nada - e, por outro, ao terrivel obstaculo da lingua. Pois e, eles nao falam nem ingles, nem concani (a lingua franca do Estado de Goa), nem muito menos portugues. So indi. Vidas durissimas, portanto, e sem esperanca de melhorias proximas.
Em seu abono, a senhora em questao nao tinha grandes referencias (nem boas, nem mas):

1) estava disponivel
2) mora ali ao lado (posso LITERALMENTE chama-la da janela - isto e, poderia, se falasse indi)
3) foi aconselhada pelos meus senhorios
4) e mae do Frassad - um rapazinho de uns 7 anos que anda sempre atras do Diogo (o meu senhorio), e que e bastante bem disposto!

Bom, la acordei eu com a senhora que queria que ela comecasse a trabalhar imediatamente no dia seguinte, que viesse 3 vezes por semana (2as, 4as e 6as), e determinamos um preco que satisfez ambas as partes.

No entanto, subsistia um problema! Como se chamava ela? Como lhe chamaria eu? Como lhe perguntar que nome tinha?

Pois bem, para evitar estas problematicas, e em honra a uma longa linhagem de fieis criadas velhotas beiras, ficou (para mim) crismada Natividade.

E a Natividade e eu fazemos uma dupla eficaz no combate ao lixo -como em breve vos explicarei!

2 Comments:

At 3:57 AM, Blogger colher-de-pau said...

Lol!
Estou a ver que te está a dar muito bem por aí.
Mas chamas mesmo a senhora por Natividade? e Ela não se importa?
E para quando umas fotos?

 
At 8:13 AM, Anonymous Anonymous said...

uauuu... Estou a ver que te está a habituar muito bem! 're-batizar' os empregados com nomes portugueses faz-me lembrar qualquer coisa que se aprende nos livros de história!!! ahahaha ;)
Estás aqui estás a largar o ferry, a arranjar um motorista e a tratar o senhor por António (uma lembrança minha da beira)!

O trabalho nos arquivos está a correr bem?
Já tens um sitio preferido para beber café e comer pasteis de nata?

 

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